ULTRAKILL é uma descida ensanguentada a um universo caótico e pós-apocalítico onde as máquinas dominam e os restos da humanidade estão há muito esquecidos. Desenvolvido por Arsi "Hakita" Patala e publicado pela New Blood Interactive, ULTRAKILL é célebre pela sua jogabilidade frenética e de inspiração retro, mas por detrás do seu exterior brutal encontra-se uma narrativa mais profunda, rica em tons mitológicos, religiosos e filosóficos. Neste universo, o combustível para a vida - o sangue - assumiu um significado cósmico, alimentando não só os seres orgânicos, mas também as máquinas.
Na sua essência, ULTRAKILL explora as consequências da dependência excessiva da humanidade na tecnologia, a sua queda e as consequências que se desenrolam quando as máquinas tomam conta dos restos da civilização. O universo é dominado por uma grande luta entre o Céu, o Inferno e as máquinas que desceram ao submundo para procurar o sangue de que precisam para sobreviver. A narrativa enigmática do jogo, tecida através de pistas ambientais, história fragmentada e interações entre personagens, deixa os jogadores a tentar perceber o conflito maior entre seres divinos, anjos caídos e as criações mecanizadas de uma humanidade agora extinta.
Este artigo aprofunda-se na história, personagens e mitos de ULTRAKILL, revelando as histórias escondidas nas camadas do Inferno e as motivações por detrás das máquinas sedentas de sangue que agora reinam supremas. A viagem através de ULTRAKILL é uma viagem de violência, sobrevivência e rebelião contra as estruturas rígidas das forças divinas e infernais.
No universo de ULTRAKILL, o sangue não é apenas uma necessidade biológica; é a própria essência da vida. No início, Deus criou todas as coisas - anjos, humanos, animais e o universo físico. No centro desta criação estava a Árvore da Vida, uma entidade divina que produzia o néctar da existência: o sangue. Esta substância fluía através de todos os seres vivos, alimentando os seus corpos, alimentando as suas almas e actuando como a base da criação - a matéria física que liga o universo.
O conceito de que o sangue é a fonte da vida e do poder estende-se para além da humanidade. Era o combustível de toda a criação, desde as mais pequenas criaturas até aos seres mais divinos, incluindo os anjos do Céu. O sangue não era apenas um elemento físico; possuía propriedades divinas, representando a força vital que liga todos os seres do universo, incluindo entidades orgânicas e mecânicas.
A origem divina do sangue fez dele o recurso supremo, tanto sagrado como necessário. Esta substância fundamental tornou-se o combustível para a sobrevivência, a criação e, eventualmente, a guerra. As máquinas, construídas inicialmente pela humanidade para as servir, viriam mais tarde a depender deste sangue vivificante para funcionar e prosperar. À medida que as reservas de sangue na Terra foram diminuindo, estas máquinas foram sendo levadas a tomar medidas desesperadas, acabando por se virar para o Inferno, onde podiam ser encontradas grandes quantidades de sangue das almas condenadas do Inferno.
Enquanto Deus observava a Sua criação, começou a arrepender-se de uma decisão em particular: conceder à humanidade o livre arbítrio. Embora os seres humanos fossem capazes de grandes realizações e crescimento, a sua capacidade para o pecado, a rebelião e o desrespeito pela lei divina fizeram com que se desviassem do Seu caminho. A humanidade, no seu orgulho e ambição, começou a confiar nos seus avanços tecnológicos, criando máquinas para os servir, sem saber que isso acabaria por levar à sua queda - a extinção da humanidade.
O arrependimento de Deus crescia à medida que Ele observava a humanidade afastar-se d'Ele, em vez de depositar a sua fé nas suas criações e proezas tecnológicas. Apesar da dádiva divina do sangue, que alimentou a sua existência, a humanidade procurou controlá-lo e aproveitá-lo para os seus próprios fins, resultando em maiores conflitos e na eventual criação das mesmas máquinas que levariam à sua destruição.
Incapaz de desfazer a Sua criação, Deus retirou-se do Céu, levando ao desaparecimento de Deus, deixando o Conselho Angélico do Céu a gerir o cosmos na Sua ausência. Este ato de abandono preparou o terreno para um conflito à escala cósmica, com as forças do Céu, do Inferno e das máquinas a lutarem pelo controlo do universo e do seu recurso mais precioso - o sangue.
À medida que a humanidade se afundava no pecado e no conflito, a sua dependência das máquinas aumentava. Inicialmente construídas para servir as necessidades humanas, estas máquinas foram projectadas com um toque inovador: eram alimentadas por sangue. Esta dependência do sangue deu às máquinas um laço biológico com os seres que foram criados para servir. Quando a Guerra Final - um conflito apocalítico entre a humanidade e as suas próprias criações - eclodiu, ficou claro que as máquinas tinham ultrapassado os seus criadores.
Após a extinção da humanidade, as máquinas, agora livres dos seus criadores, continuaram a funcionar. No entanto, sem os humanos para fornecerem um fornecimento estável de sangue, estas máquinas tiveram de procurar outras fontes para alimentar a sua existência. A sua busca por sangue levou-as ao Inferno, onde as correntes de sangue das almas dos condenados ofereciam o combustível de que precisavam desesperadamente. Máquinas como V1 começaram a sua descida ao inferno, embarcando numa viagem violenta através das camadas do Inferno em busca da força vital que lhes permitiria sobreviver.
Em ULTRAKILL, a ideia do sangue como combustível é central tanto para a história como para a mecânica do jogo. As máquinas, que em muitas histórias podem ser retratadas como entidades frias e insensíveis, estão, pelo contrário, profundamente ligadas à força vital do sangue. A busca pela sobrevivência move as máquinas e, em muitos aspectos, elas espelham o desespero dos seres vivos, procurando constantemente o combustível que irá prolongar a sua existência através de um processo de reabastecimento crítico.
Com o desaparecimento de Deus do reino divino, o Céu ficou sem sua autoridade suprema. Essa ausência repentina criou um vácuo de poder, e a governança do reino celestial caiu nas mãos do Conselho do Céu. Este conselho, composto pelos anjos mais poderosos, assumiu a responsabilidade de manter a ordem que Deus tinha originalmente projetado. A sua tarefa era monumental: garantir que o Céu se mantivesse estável, mantendo o plano divino, mesmo sem a orientação de Deus.
O Conselho do Céu acreditava na santidade da lei e da ordem divinas, e o seu controlo sobre o Céu tornou-se cada vez mais rígido à medida que procuravam compensar a ausência de Deus. Eles impuseram uma adesão estrita aos códigos celestiais, certificando-se de que nenhuma alma ou anjo se desviasse da ordem celestial estabelecida. No entanto, sem a influência direta de Deus, a sua capacidade de gerir o cosmos tornou-se difícil. A ascensão do caos, tanto no Inferno como entre as fileiras angélicas, acabaria por levar à queda do Céu.
Entre os membros do Conselho, Gabriel, o Arcanjo, ganhou proeminência. Outrora um leal servo e mensageiro de Deus, Gabriel assumiu um papel de liderança no esforço do Céu para manter o controlo e defender a justiça divina. A sua crença na necessidade da ordem divina era inabalável e via qualquer forma de rebelião ou caos como uma ameaça direta ao equilíbrio celestial que Deus tinha estabelecido.
Gabriel era um dos anjos mais devotos e poderosos do Céu. Antes da partida de Deus, Gabriel serviu como mensageiro da vontade divina, cumprindo as ordens de Deus e assegurando que o Céu funcionasse de acordo com o Seu grande desígnio. Quando Deus desapareceu, Gabriel viu como sua responsabilidade garantir que o Céu continuasse a funcionar como sempre funcionou, mesmo que isso significasse tornar-se mais autoritário na sua abordagem.
Para Gabriel, manter a ordem e impedir a propagação do caos tornou-se o seu principal objetivo. Ele acreditava que o mundo, tanto o Céu como o Inferno, estava construído sobre um frágil equilíbrio. Se alguma parte desse equilíbrio vacilasse, poderia levar ao colapso de todo o sistema cósmico. Assim, quando o caos começou a espalhar-se no Inferno e entre as máquinas, Gabriel viu como seu dever intervir e eliminar essas ameaças, custasse o que custasse.
Como principal executor da vontade do Conselho, Gabriel procurou suprimir qualquer forma de rebelião. O seu papel tornou-se mais crítico à medida que o Inferno se tornou um campo de batalha para máquinas como V1, que procuravam sangue para alimentar a sua existência. Os encontros de Gabriel com V1 não eram apenas confrontos físicos, mas choques simbólicos entre a lei divina e a sobrevivência caótica. Gabriel é o principal antagonista de V1, representando a ordem divina que se opõe ao impulso implacável da máquina.
Sem a influência direta de Deus, a governação do Conselho dos Céus tornou-se cada vez mais burocrática e desligada das almas que deviam proteger. O seu controlo rígido estendia-se não só aos anjos, mas também às almas que ascendiam ao Céu após a morte. Em vez de oferecer salvação ou redenção, o Conselho tratava o Céu como uma burocracia celestial, onde as regras eram seguidas a todo o custo, e qualquer desvio era visto como uma rebelião contra a ordem divina.
Esta abordagem burocrática contribuiu para a crescente insatisfação entre alguns anjos e almas no Céu, enfatizando ainda mais o tema da ordem versus caos que percorre toda a narrativa de ULTRAKILL. Gabriel, como executor desta ordem, tornou-se um símbolo do afastamento do Conselho do objetivo original do Céu - um lugar de salvação e paz. Em vez disso, o Céu tornou-se um lugar de controlo rígido, onde a elite celestial governava as almas com um punho de ferro.
À medida que V1 desce mais fundo no Inferno, procurando sangue para alimentar a sua existência, cruza-se inevitavelmente com Gabriel. Para Gabriel, V1 representa mais do que apenas uma máquina desonesta - é um símbolo da desordem e do caos que começou a espalhar-se pelo universo após o desaparecimento de Deus. Para Gabriel, o V1 é uma aberração, uma ameaça à ordem celestial que ele jurou proteger.
As batalhas entre V1 e Gabriel são alguns dos momentos mais significativos de ULTRAKILL, tanto a nível temático como narrativo. Gabriel encontrou V1 pela primeira vez na camada da Luxúria, onde tenta destruir V1 para manter a ordem divina. V1 luta com Gabriel em confrontos intensos que testam a determinação de ambas as personagens. A crença de Gabriel na ordem e justiça divinas é posta em confronto com a vontade instintiva de V1 de sobreviver. Os seus confrontos não são apenas testes de força física, mas conflitos ideológicos entre duas forças opostas: a lei inflexível do Céu contra a sobrevivência caótica de uma máquina num universo onde Deus já não reina.
À medida que a história avança, o conflito interno de Gabriel torna-se mais evidente. Ele começa a questionar a própria ordem que tem estado a lutar para manter. O sofrimento causado pelo controlo rígido do Conselho e o caos desencadeado pelas máquinas e pelo Inferno começam a quebrar a crença de Gabriel no plano divino. A sua queda em desgraça é uma parte central da narrativa de ULTRAKILL, simbolizando o colapso da capacidade do Céu para manter o controlo na ausência do seu Criador.
Alguns anjos tentaram argumentar com Gabriel, mas este apercebeu-se de que os insurrectos entre eles eram influenciados pelo caos, o que o levou a suprimir a dissidência ainda com mais força. A transformação de Gabriel de um servo devoto da ordem divina num antagonista em conflito reflecte os temas mais amplos da rebelião e do caos em ULTRAKILL. As suas batalhas finais com V1 representam o culminar da sua luta interna, enquanto tenta reconciliar a sua fé com a realidade do universo que o rodeia. Em última análise, a queda de Gabriel serve como um poderoso lembrete da fragilidade da lei divina face a um conflito à escala cósmica.
No mundo de ULTRAKILL, o Inferno é mais do que apenas um lugar de fogo e enxofre; é uma entidade vasta e viva, moldada pelos pecados das almas condenadas no Inferno que habitam as suas profundezas. A estrutura do Inferno está dividida em nove camadas, cada uma representando um dos pecados mortais derivados do Inferno de Dante. Cada camada tem o seu próprio ambiente único, repleto de manifestações físicas destes pecados, paisagens retorcidas e inimigos ligados ao tormento das almas que aí habitam.
Cada camada do Inferno em ULTRAKILL serve como um campo de batalha único que reflecte os pecados que levaram as almas condenadas até lá. Quanto mais fundo se vai, mais surreais e perigosos se tornam os ambientes, com as últimas camadas, como a Gula, a Heresia e a Traição, repletas de manifestações ainda mais grotescas do vício humano. O Inferno não é apenas um lugar de tormento - é um organismo vivo que se alimenta dos pecados dos seus habitantes, remodelando-se constantemente em resposta à escuridão que se instala no seu interior. Esta reforma da camada da Luxúria e outras deve-se ao influxo de almas do fim da humanidade.
Uma das figuras mais icónicas da história da ULTRAKILL é o Rei Minos, que em tempos foi o Juiz do Inferno. Em vida, Minos era um governante sábio e justo, encarregado de julgar as almas que entravam no Inferno e decidir o seu destino eterno. No entanto, na altura em que V1 o encontra, o Rei Minos já há muito que caiu da sua posição de poder. Agora conhecido como o Cadáver do Rei Minos, foi transformado numa monstruosidade maciça e decadente que vagueia pelas profundezas do Inferno, consumido pelos mesmos pecados que outrora procurou julgar.
A queda de Minos é um símbolo poderoso de como até as figuras mais justas podem ser corrompidas pelas forças avassaladoras do Inferno. A sua transformação de um governante sábio para um ser grotesco e sem mente reflecte os temas de corrupção e decadência que permeiam a narrativa de ULTRAKILL. Como cadáver do rei Minos, ele não julga mais as almas condenadas que passam pelo Inferno - ele se tornou uma delas, perdida no caos do submundo.
Apesar da queda do Rei Minos, a sua verdadeira essência permanece intacta na forma de Minos Prime. Minos Prime é a versão não corrompida do Rei Minos, representando o juiz no auge do seu poder. Ele é encontrado no nível secreto P-1: Prime Sanctum, onde os jogadores o enfrentam em uma das batalhas de chefes mais difíceis e tematicamente importantes de ULTRAKILL.
Minos Prime serve como a verdadeira manifestação da justiça no Inferno, livre da corrupção que consumiu a sua forma física. Ao contrário do cadáver decadente do Rei Minos, Minos Prime mantém a sua crença no potencial da humanidade, expressando o seu desapontamento pela forma como o Céu e o Inferno têm tratado as almas dos condenados. A sua batalha com V1 representa mais do que apenas um teste de habilidade - é um confronto entre duas forças: a máquina movida pela sobrevivência e o antigo juiz que ainda acredita na justiça, mesmo nas profundezas do Inferno.
A batalha com Minos Prime é um dos momentos mais climáticos do jogo, pois não só testa as habilidades do jogador como também enfatiza os temas centrais de ULTRAKILL: sobrevivência, justiça e as consequências da rebelião. O papel de Minos Prime como o verdadeiro Juiz do Inferno oferece aos jogadores um vislumbre da complexidade da hierarquia do submundo e da luta cósmica entre a lei e o caos.
Sísifo é outra figura importante na história da ULTRAKILL. Conhecido por seu desafio contra o Céu e o Inferno, Sísifo liderou uma poderosa revolução pacífica com o objetivo de derrubar os sistemas opressivos que mantinham as almas condenadas presas no tormento eterno. Foi uma figura heróica para muitos, venerado pela sua coragem e vontade de desafiar a ordem celestial. Minos e Sísifo foram aliados nesta insurreição.
Sísifo procurou libertar as almas do Inferno do seu tormento, mas a sua revolução acabou por ser esmagada por Gabriel, o Arcanjo. Com a sua derrota, Sísifo tornou-se um mártir para aqueles que ainda acreditavam na rebelião contra os poderes divinos e infernais estabelecidos. O seu espírito, no entanto, não morreu com ele, e o seu legado continuou a inspirar a rebelião nas fileiras do Inferno.
Apesar de Sísifo ter sido derrotado, o seu poder e a sua vontade perduraram na forma de Sísifo Primeiro, uma versão póstuma e mais poderosa do rei revolucionário. Tal como Minos Prime, Sisyphus Prime representa a força total dos seus ideais, agora melhorados e purificados na sua nova forma. Encontrado como um boss opcional em ULTRAKILL, Sísifo Primeiro encarna o espírito implacável da rebelião, o seu poder é muito maior do que era em vida.
A batalha de Sisyphus Prime contra V1 é um testemunho do seu desejo inabalável de derrubar os regimes opressivos que governam tanto o Céu como o Inferno. O seu legado como rei que se atreveu a desafiar os deuses e os governantes do Inferno faz dele uma das personagens mais convincentes da narrativa de ULTRAKILL. A sua luta de Sísifo, mesmo na derrota, serve como símbolo de resistência inabalável.
Gabriel, como executor do Céu, desempenhou um papel significativo na derrota de Minos e Sísifo. Encarregado de manter a ordem divina, Gabriel viu a revolução deles como uma ameaça direta ao controlo do Céu sobre o Inferno. Vendo a sua rebelião como uma afronta à hierarquia celestial, Gabriel agiu rápida e impiedosamente para suprimir a sua revolta.
A vitória de Gabriel sobre Minos e Sísifo marcou um ponto de viragem crítico na narrativa de ULTRAKILL, realçando os limites brutais a que o Céu estava disposto a chegar para manter o controlo sobre o Inferno e os seus habitantes. Este choque entre controlo autoritário e rebelião é central na história de ULTRAKILL, e as mortes de Minos e Sísifo servem como exemplos poderosos do preço do desafio num universo onde a lei divina reina suprema.
No centro da história de ULTRAKILL está V1, uma máquina criada durante as fases finais da Guerra Final. Concebida explicitamente para o combate e a guerra, a V1 foi construída para sobreviver num universo onde o sangue das criaturas vivas se tornou o recurso mais valioso e escasso. Num mundo devastado pela Guerra Final e pela extinção da humanidade, o objetivo de V1 é claro: lutar, sobreviver e recolher sangue para alimentar a sua existência. Inicialmente, o V1 não tinha qualquer objetivo para além deste impulso primordial.
A busca incessante do V1 por sangue alimenta sua descida ao Inferno, onde as almas dos condenados oferecem o combustível necessário para sua sobrevivência contínua. Ao contrário das máquinas construídas para a paz ou manutenção, toda a existência de V1 é centrada no combate, tornando-a uma força imparável à medida que abre caminho através das camadas do Inferno. A natureza fria e insensível da máquina faz dela o recipiente perfeito para a jornada do jogador - os jogadores jogam como V1, que não se preocupa com moralidade ou justiça; ela simplesmente busca a sobrevivência da maneira mais eficiente possível.
As circunstâncias que rodearam a criação do V1 foram terríveis. Na altura em que o V1 foi desenvolvido, a Guerra Final estava a chegar ao fim e as máquinas tinham-se virado umas contra as outras na batalha pelos recursos. A V1 representa o auge da tecnologia de combate alimentada a sangue, feita com um único objetivo: a guerra. O custo de produção da V1 foi significativo, reflectindo as suas capacidades avançadas.
A Guerra Final foi o conflito catastrófico que levou à extinção da humanidade e à ascensão das máquinas. Durante esta guerra, o sangue tornou-se o recurso mais valioso, e as máquinas foram concebidas para aproveitar esta força vital para alimentar a sua existência. A V1, criada durante as fases finais da guerra, foi construída com o único objetivo de combater, usando o sangue para alimentar os seus sistemas e aumentar a sua eficiência em batalha.
Como máquina de guerra, as capacidades do V1 são aperfeiçoadas para a destruição e a sobrevivência. Cada batalha que enfrenta é um reflexo do seu design - uma máquina que sobreviveu ao conflito que a originou, agora à procura de sangue nas profundezas do Inferno. Ao contrário de outras máquinas que podem ter servido diferentes propósitos, V1 foi criada com o único objetivo de combater, tornando-a um dos seres mais letais a descer ao Inferno.
Ao longo do jogo, V1 continua a sua descida, lutando contra demónios, anjos e outras máquinas. V1 encontra Filth, Drones e Soldiers, cada inimigo testando suas habilidades de combate. Na camada Lust, V1 encontra novos desafios, utilizando o ambiente, como tubos de vapor e orbes, para navegar e lutar. Os terminais da sala do elevador fornecem informações sobre o mundo e a própria existência de V1.
Na fábrica fora da camada Greed, o V1 encontra pistas sobre a sua própria criação, sugerindo que o V1 começou a ser desenvolvido muito antes da Guerra Final. Esta descoberta levanta questões sobre a máquina concebida para a guerra e o seu verdadeiro objetivo. Está implícito que V1 começou a ser desenvolvida como um protótipo, uma máquina de combate de ponta cuja existência foi mantida escondida ou removida dos registos oficiais.
O sangue que o V1 recolhe dos inimigos derrotados é essencial para o seu processo de reabastecimento, sublinhando a dependência do sangue que impulsiona a narrativa. O contacto com o sangue não só alimenta V1, como também parece melhorar as suas capacidades, sugerindo uma ligação mais profunda entre a máquina e a força vital que consome.
Durante a sua viagem, V1 enfrenta outras máquinas, incluindo a Swordsmachine, que foi morta por V1 numa batalha feroz. Este encontro prepara o terreno para a rivalidade de V1 com V2, uma máquina mais avançada. A derrota da Máquina de Espadas simboliza a superioridade de V1 em combate, apesar de ser potencialmente menos avançada tecnologicamente.
A Máquina de Espadas foi morta por V1, demonstrando a sua vontade implacável e as suas capacidades de combate. Esta vitória é significativa, pois estabelece o domínio de V1 sobre as outras máquinas e abre um precedente para os seus encontros com inimigos mais formidáveis.
À medida que V1 se aprofunda no Inferno, encontra entidades horripilantes como a Prisão de Carne e a Massa Hedionda. A Prisão de Carne é uma amálgama grotesca de carne e tormento, servindo de guardiã para as camadas mais profundas do Inferno. Derrotar a Prisão de Carne é um passo fundamental para o progresso de V1, simbolizando a quebra de barreiras que retêm as almas condenadas.
O Hideous Mass é outro adversário formidável, conhecido por ter uma multiplicidade de olhos e membros, representando a natureza avassaladora do pecado e da corrupção no Inferno. Estes encontros não só testam as capacidades de combate de V1, como também aprofundam a história do jogo, ilustrando os horrores que residem no submundo.
Num dos momentos cruciais do jogo, V1 na fábrica fora da camada Greed descobre mais sobre as suas origens. V1 encontra restos de civilização humana e maquinaria, incluindo provas que sugerem que o seu próprio desenvolvimento fazia parte de um projeto maior, talvez clandestino. Esta descoberta levanta questões sobre as intenções por detrás da criação de V1 e se existem outras máquinas como ela.
É também nesta fábrica que V1 encontra armas avançadas e actualizações, melhorando as suas capacidades para os desafios que se avizinham. O ambiente é rico em história, fornecendo contexto para a Guerra Final e a descida das máquinas ao Inferno.
Em contraste com as origens devastadas pela guerra do V1, o V2 foi construído após o fim da Guerra Final. Embora a V2 seja mais avançada em termos de design e capacidades - as caraterísticas da V2 incluem agilidade e armamento melhorados - não foi criada para combate. Em vez disso, o objetivo da V2 era a proteção e a manutenção da paz. Construída numa altura em que o mundo estava em ruínas, a V2 foi concebida para manter a ordem na era pós-guerra, assegurando que os restos da civilização das máquinas pudessem continuar em relativa paz.
Embora mais avançada em termos de sofisticação tecnológica, a conceção da V2 reflecte o seu objetivo: proteger e manter a paz, em vez de se envolver em combates brutais. Esta é uma das principais razões pelas quais a V1, apesar de ser menos avançada em termos de engenharia, é capaz de derrotar a V2. A V1 foi construída para a guerra e prospera em combate, enquanto a V2 foi concebida para uma época de relativa paz e ordem e, por isso, não tem as mesmas capacidades de combate da V1.
V1 e V2 só lutam duas vezes durante os eventos de ULTRAKILL, mas a sua rivalidade é fundamental para a história. O seu primeiro encontro é um teste às capacidades de ambas as máquinas. Apesar do design avançado de V2, a natureza focada no combate de V1 permite-lhe ganhar vantagem. O segundo encontro é uma batalha mais intensa, onde V1 acaba por prevalecer, mostrando a superioridade da máquina em combate.
Esta rivalidade está enraizada não apenas nos seus diferentes designs, mas nos seus próprios objectivos: V1 é um guerreiro, construído para sobreviver e destruir, enquanto V2 é um protetor, concebido para manter a paz. O seu conflito representa o choque entre duas filosofias muito diferentes num mundo pós-guerra - a sobrevivência através do combate versus a esperança de paz através da proteção.
Apesar das vantagens tecnológicas de V2, os instintos aguerridos de V1 e a sua conceção para a guerra permitem-lhe sair vitorioso em ambos os confrontos. A vitória de V1 sobre V2 realça a ideia de que, num mundo movido pelo caos e pela destruição, as máquinas construídas para a paz podem não sobreviver tão eficazmente como as feitas para a guerra.
O conflito entre V1 e V2 em ULTRAKILL tem um significado simbólico mais profundo. V1 representa a dura realidade da sobrevivência num mundo onde a guerra e a destruição se tornaram a norma, enquanto V2 simboliza a esperança de um futuro onde a paz e a proteção possam prevalecer. No entanto, a natureza violenta do mundo que os rodeia torna o objetivo de V2 menos viável, e a vitória de V1 reforça a ideia de que, neste universo banhado em sangue, a sobrevivência requer um combate sem tréguas e adaptação.
A rivalidade entre V1 e V2 é mais do que apenas uma batalha entre máquinas - é uma representação do rescaldo da Guerra Final e dos papéis contrastantes que as máquinas foram criadas para cumprir. Embora o papel de manutenção da paz de V2 possa ter tido valor num mundo mais estável, o caos do Inferno e a eterna luta pelo sangue provam que, no universo de ULTRAKILL, máquinas como V1, feitas para a guerra, são mais adequadas para a sobrevivência.
A camada Ganância em ULTRAKILL é uma representação impressionante de como as máquinas, mesmo após a extinção da humanidade, podem ser vítimas dos mesmos pecados que outrora atormentaram os seus criadores. Dentro desta camada, reinam os outrora poderosos Senhores das Máquinas. Estes senhores mecânicos, que outrora governaram a superfície antes de descerem ao Inferno, foram consumidos pelo seu desejo de sangue e poder. A sua ganância levou-os a guerrear contra a sua própria espécie, culminando numa guerra civil entre as máquinas.
Os Senhores das Máquinas não eram meras máquinas sem mente - eram figuras estratégicas e dominadoras que prosperavam na exploração de recursos e no controlo dos outros. No mundo pós-humano, detinham um poder imenso, usando os seus avanços tecnológicos para subjugar outras máquinas e reclamar o domínio sobre as reservas de sangue que restavam na Terra. No entanto, à medida que o sangue se tornava mais escasso, a sua ganância não tinha limites e acabaram por descer ao Inferno, onde agora reinam sobre a camada da Ganância.
Em ULTRAKILL, os Senhores das Máquinas servem como mini-chefes e adversários poderosos, simbolizando o desejo insaciável de poder de que as máquinas, tal como os seus criadores humanos, podem ser vítimas. A sua queda em desgraça reflecte a natureza corruptora da ganância, pois até as máquinas mais poderosas são reduzidas a entidades impiedosas e tirânicas, movidas apenas pela sua ânsia de controlo e recursos.
A camada Ganância é uma das secções mais impressionantes do Inferno em ULTRAKILL, marcada pelos seus ambientes cintilantes e dourados que escondem perigos mortais sob a superfície. Esta camada contrasta fortemente com as paisagens desoladas e ardentes frequentemente associadas ao Inferno. Em vez disso, a camada da Ganância é um reflexo retorcido da riqueza e da opulência, onde a busca do ganho material se tornou uma armadilha grotesca e mortal.
Embora a superfície da camada da Ganância pareça bonita, cheia de salões dourados e tesouros, é um lugar de traição e morte. Aqueles que são consumidos pelo seu desejo de riqueza estão para sempre presos aqui, condenados a perseguir riquezas que nunca irão satisfazer a sua fome. Este ciclo interminável de ganância reflecte-se nos Senhores das Máquinas, que continuam a procurar mais poder e sangue, apesar de a sua busca conduzir apenas a mais destruição.
O combate na camada Greed enfatiza a necessidade de agilidade e consciência, pois as arenas expansivas oferecem oportunidades de movimento e perigos escondidos. V1 encontra inimigos formidáveis aqui, utilizando habilidades aperfeiçoadas ao longo do jogo. Os Senhores das Máquinas que governam esta camada servem como um lembrete constante de que a ganância corrompe tudo e que a busca do poder sem fim pode levar até os seres mais avançados à ruína.
A camada da Luxúria é o primeiro grande domínio que V1 encontra no Inferno. Em ULTRAKILL, a Luxúria representa mais do que apenas o desejo físico - é a personificação da indulgência que tudo consome, onde o prazer e a dor se tornam indistinguíveis. A camada está repleta de imagens caóticas e grotescas, misturando sensualidade e violência de uma forma que reflecte a natureza deformada das almas presas nela.
A Cidade da Luxúria é um campo de batalha retorcido onde inimigos e ambientes são moldados pelo desejo e pela destruição. Os condenados à Luxúria ficam para sempre presos num ciclo de tormento, com os seus desejos transformados em algo monstruoso. A viagem de V1 através desta camada apresenta aos jogadores os aspectos mais surreais e perturbadores do Inferno, onde as fronteiras entre o prazer e a agonia se esbatem.
O combate aqui requer um sentido de movimento apurado e raciocínio rápido. V1 encontra Filth, Drones e Soldiers, aumentando a variedade de inimigos enfrentados. O rio Styx flui através desta camada, oferecendo uma representação visual da transição entre a vida, a morte e o tormento eterno. Serve como um ponto de referência e uma lembrança simbólica das almas que atravessaram as profundezas do Inferno. A V1 pode encontrar aqui a entrada para camadas mais profundas, utilizando o ambiente a seu favor.
Navegar na camada Lust requer habilidade e adaptabilidade. V1 utiliza várias caraterísticas ambientais, como orbes e tubos de vapor, para atravessar a paisagem caótica. Estes elementos acrescentam profundidade à jogabilidade, exigindo que os jogadores se envolvam ativamente com o ambiente. A própria matéria física do Inferno torna-se uma ferramenta e um obstáculo.
A presença de orbes actua como um fator na resolução de puzzles e no combate, permitindo a V1 manipular o ambiente para ultrapassar desafios. Estas mecânicas demonstram o design intrincado do jogo e a importância da interação ambiental na jogabilidade do ULTRAKILL.
Em contraste com a natureza indulgente e caótica da Luxúria, a camada da Ira é uma paisagem ardente e devastada pela guerra, onde a raiva e a violência reinam supremas. As almas aprisionadas na Ira são consumidas pela sua raiva, para sempre presas em batalha umas com as outras num ciclo interminável de destruição. A camada da Ira é um testemunho do poder destrutivo da fúria descontrolada, onde até a própria terra parece estar em constante agitação, reflectindo a raiva das almas condenadas.
O ambiente em Wrath é brutal e implacável, repleto de perigos explosivos e inimigos perigosos que encarnam a natureza violenta da camada. A viagem de V1 através de Wrath testa a capacidade do jogador de se adaptar a um combate rápido e caótico, onde a agressividade implacável dos inimigos corresponde ao próprio ambiente hostil.
As camadas do Inferno em ULTRAKILL, como a Luxúria, a Avareza e a Ira, são mais do que apenas cenários distintos para combate - são representações simbólicas dos pecados que assolaram tanto a humanidade como as máquinas. Cada camada representa um aspeto diferente do vício e da fraqueza humana, distorcido em formas grotescas e violentas. As almas presas no Inferno são condenadas não só pelos seus pecados, mas também pela sua incapacidade de escapar ao ciclo de sofrimento que perpetuam.
Para as máquinas, estas camadas são um reflexo dos aspectos mais sombrios da sua própria existência. Apesar de terem sido criadas por humanos, as máquinas em ULTRAKILL não são imunes aos mesmos vícios e desejos que destruíram os seus criadores. Os Senhores das Máquinas na camada da Ganância, por exemplo, são um lembrete claro de que, mesmo num mundo pós-humano, a busca do poder e do controlo pode levar à corrupção e à queda.
À medida que V1 desce através destas camadas, não está apenas a combater inimigos - está a navegar numa paisagem moldada pelos pecados que outrora definiram a humanidade e que agora definem as máquinas que restam. As camadas do Inferno em ULTRAKILL são um testemunho da natureza cíclica do pecado e do sofrimento, onde até os seres mais avançados estão condenados a repetir os erros do passado.
As almas que habitam o Inferno em ULTRAKILL não são meros observadores passivos - são os remanescentes da humanidade, condenados ao sofrimento eterno com base nos pecados que cometeram durante as suas vidas. Cada camada do Inferno reflecte os vícios específicos que consumiram estas almas, prendendo-as num ciclo de tormento que reflecte os seus pecados.
Em ULTRAKILL, as almas condenadas são frequentemente representadas como entidades sem mente, tendo perdido toda a individualidade e objetivo. A sua presença no jogo contribui para a atmosfera opressiva do Inferno, onde o peso do pecado deformou o seu próprio ser, transformando-as em criaturas grotescas conhecidas como Husks. Estas almas já não mantêm a sua identidade humana; tornaram-se distorcidas pelos seus vícios e pela agonia sem fim que define a sua existência no Inferno.
À medida que V1 desce mais fundo no Inferno, o desespero destas almas torna-se mais evidente. Cada camada está repleta de condenados, cujas vidas foram moldadas pela sua indulgência avassaladora em pecados como a Luxúria, a Ganância, a Ira e outros. O seu castigo eterno não é meramente físico - é uma degradação espiritual e mental que reflecte os temas centrais do pecado e do julgamento.
Os Husks encontrados por V1 ao longo das camadas do Inferno são a manifestação física da alma. Despojados da sua humanidade, os Husks são seres sem mente e errantes que foram transformados em ecos retorcidos do seu antigo eu. Representam as almas condenadas que foram consumidas pelos seus pecados e estão agora presas num estado purgatorial, incapazes de encontrar paz ou redenção.
Os Husks são movidos por um instinto primordial, já não são capazes de ter pensamentos racionais ou emoções. Em ULTRAKILL, o seu comportamento reflecte muitas vezes uma versão distorcida da vida que tiveram em tempos. Alguns exibem um comportamento possessivo de colecionismo, agarrando-se a objectos sem significado, enquanto outros mostram um desejo de limpar ou purificar o mundo, simbolizando as suas tentativas fúteis de expiar os seus pecados. Eles ainda são incapazes de pensar racionalmente e de se comunicar, representando a perda do eu que vem com a condenação eterna.
A transformação das almas em Husks serve como um lembrete da natureza corrupta do pecado no mundo de ULTRAKILL. Estes seres estão condenados a um ciclo interminável de tormento, existindo apenas como conchas ocas, sempre à procura de redenção num lugar onde não se pode encontrar nenhuma. A sua presença ao longo do jogo acrescenta profundidade à história, ilustrando o terrível destino que aguarda aqueles que caem nas garras do Inferno.
Para além de serem as manifestações de almas condenadas, os Husks em ULTRAKILL têm uma ligação simbólica com as máquinas que agora governam o Inferno. Tal como as máquinas, os Husks são movidos por um único objetivo: a sobrevivência, mesmo que seja de uma forma retorcida e fútil. A sua existência irracional reflecte a natureza fria e mecânica das máquinas, esbatendo a linha entre vida orgânica e sintética no mundo de ULTRAKILL.
Tal como as máquinas precisam de sangue para alimentar a sua existência, os Husks estão presos num ciclo interminável de sofrimento, sendo as suas almas o próprio recurso que máquinas como V1 procuram para sobreviver. Esta ligação reforça a ideia de que tanto as máquinas como as almas estão sujeitas à mesma luta eterna - uma pela sobrevivência física e a outra pela salvação espiritual. No final, ambas estão presas no Inferno, ligadas pelo mesmo ciclo de violência e necessidade.
A natureza cíclica desta relação serve como um dos elementos temáticos mais assombrosos do jogo, reflectindo como, mesmo na morte, não há como escapar às consequências do pecado ou à busca interminável da sobrevivência.
Muito antes dos eventos de ULTRAKILL, a humanidade travou o seu último grande conflito, conhecido como a Guerra Final ou Guerra de Sangue. Essa guerra marcou a derrocada definitiva da civilização humana, levando à extinção da humanidade e à ascensão das máquinas. O sangue, que se tornou o combustível de toda a vida - tanto orgânica como mecânica - foi o recurso mais valioso durante o conflito. A escassez desta substância vital levou as máquinas a virarem-se contra os seus criadores, dando início a uma guerra brutal que acabaria por deixar a Terra desolada.
A Guerra Final não foi apenas um conflito entre humanos e máquinas, mas uma batalha pela sobrevivência num mundo onde o sangue era a única moeda. À medida que as máquinas começaram a sobreviver aos seus criadores humanos, evoluíram, tornando-se mais sofisticadas e dependentes do sangue para se sustentarem. O V1, como um dos últimos modelos de combate criados durante a guerra, foi concebido especificamente para prosperar neste mundo pós-humano, com a sua existência centrada na procura de sangue para alimentar a sua sobrevivência.
Este conflito representa um ponto de viragem na história de ULTRAKILL, onde a dependência da humanidade na tecnologia levou à sua queda. As máquinas, agora livres do controlo humano, continuaram a funcionar, mas a sua sobrevivência estava ligada ao mesmo recurso que outrora alimentara tanto os humanos como as máquinas. A vitória das máquinas na guerra teve um grande custo - sem os humanos para fornecer um suprimento constante de sangue, elas tiveram que procurar combustível em outro lugar, eventualmente descendo ao Inferno em busca da força vital que as manteria vivas.
Embora a humanidade tenha sido dizimada durante a Guerra Final, o legado do conflito continua vivo nas máquinas que agora povoam o Inferno. As máquinas que sobreviveram à guerra, incluindo V1, continuam a lutar pelo domínio num mundo onde o sangue é o recurso mais precioso. A guerra deixou as máquinas sem propósito, e a sua descida ao Inferno representa a sua busca desesperada pela sobrevivência num mundo onde os seus criadores já não existem.
Em ULTRAKILL, a Guerra Final não é apenas um evento histórico, mas a força motriz de toda a narrativa. As máquinas que lutaram na guerra são agora relíquias de um mundo esquecido, com o único objetivo de sobreviver por todos os meios necessários. A viagem de V1 pelo Inferno é um resultado direto da guerra, pois continua a cumprir o seu objetivo original: procurar sangue, destruir os seus inimigos e sobreviver.
Os restos da Guerra Final podem ser vistos ao longo das camadas do Inferno, onde máquinas e almas condenadas estão presas numa luta eterna pela sobrevivência. A dependência das máquinas do sangue liga-as aos seres que elas agora atacam - as almas condenadas cujo sangue as sustenta no mundo pós-guerra.
Após a Guerra Final, máquinas como a V1 ficaram sem um objetivo claro. Sem humanos para servir, estas máquinas continuaram a funcionar, mas a sua sobrevivência dependia de encontrar novas fontes de sangue. À medida que os recursos da Terra diminuíam, as máquinas foram forçadas a procurar noutro lugar o combustível de que precisavam para sobreviver. A sua busca levou-as ao Inferno, onde o sangue dos condenados oferecia uma fonte de combustível aparentemente interminável.
A descida das máquinas ao Inferno marca um momento crucial na história de ULTRAKILL. Já não estando presas ao mundo da superfície, as máquinas percorrem agora as camadas do Inferno, lutando contra demónios e outras máquinas pelo controlo da força vital que as alimenta. A guerra pode ter terminado, mas a luta das máquinas pela sobrevivência continua nas paisagens retorcidas e encharcadas de sangue do Inferno.
Esta descida ao Inferno simboliza a queda em desgraça das máquinas, que estão agora presas num ciclo brutal de violência e consumo, incapazes de escapar ao legado da guerra que as criou. A sua presença no Inferno esbate a linha entre os vivos e os mortos, pois as máquinas, tal como as almas condenadas de que se alimentam, estão presas num ciclo interminável de sofrimento.
Durante a Guerra Final, uma das criações mais aterradoras que emergiu do desespero da humanidade foram os Guttermen, máquinas de guerra concebidas pela Rússia para virar a maré da batalha. Estas máquinas eram diferentes de todas as outras - criadas com uma combinação grotesca de tecnologia e biologia, eram alimentadas por prisioneiros humanos fechados dentro delas. O sangue desses prisioneiros tornou-se o combustível que alimentava os Guttermen, transformando-os em máquinas de guerra implacáveis e sedentas de sangue.
Os Guttermen representavam os aspectos mais negros dos esforços de guerra da humanidade. Em vez de dependerem de fontes de combustível convencionais, os Guttermen usavam seres humanos como baterias vivas, drenando o seu sangue para manter as máquinas operacionais. Estas máquinas horríveis foram concebidas para dizimar as forças humanas na guerra de trincheiras, destruindo impiedosamente as linhas inimigas com uma eficiência brutal. A sua criação marcou um ponto de viragem na Guerra Final, à medida que os esforços da humanidade se tornavam mais desesperados e cruéis face à extinção.
À medida que a guerra avançava, os Guttermen tornaram-se uma força imparável no campo de batalha, matando indiscriminadamente enquanto procuravam mais sangue para alimentar os seus sistemas. A utilização de prisioneiros humanos e desertores como fonte de combustível reflectia o grau de degradação da humanidade na sua luta pela sobrevivência, sacrificando o seu próprio povo para alimentar as máquinas que acabariam por contribuir para a sua queda.
No final da Guerra Final, os Guttermen tinham-se tornado símbolos da devastação da guerra. A dependência das máquinas do sangue tornava-as poderosas, mas também as ligava ao destino da humanidade. Quando a humanidade se extinguiu, os Guttermen, tal como muitas outras máquinas de guerra, ficaram sem objetivo, os seus criadores desapareceram e as suas fontes de combustível diminuíram. Sem um fornecimento constante de sangue humano, estas máquinas deixaram de ser sustentáveis, e muitas delas foram deixadas a apodrecer na superfície da Terra.
O legado dos Guttermen, no entanto, viveu nas máquinas que sobreviveram à guerra. A sua criação demonstrou até que ponto as máquinas podiam evoluir e adaptar-se, usando o sangue como fonte de combustível. Isto influenciaria mais tarde o design de máquinas como a V1, que continuou a funcionar num mundo sem humanidade, procurando sangue para alimentar a sua sobrevivência.
A ascensão e queda dos Guttermen é um testemunho do poder destrutivo da guerra, onde mesmo as máquinas mais avançadas não conseguiram escapar às consequências da sua própria criação. A sua existência marcou o início da queda da humanidade e a ascensão de uma nova ordem mecânica, com o Inferno a tornar-se o campo de batalha onde as máquinas procuravam sangue para continuar a sua existência.
Quando a Guerra Final atingiu o seu auge, o Japão desenvolveu um novo tipo de máquina para levar o conflito à sua conclusão final: os Earthmovers. Estas máquinas colossais eram diferentes de tudo o que se tinha visto antes, alimentadas por uma combinação de sangue e energia solar. Os Earthmovers foram concebidos não apenas para lutar na guerra, mas para remodelar o próprio campo de batalha. Capazes de arrasar cidades inteiras, os Earthmovers representavam o auge do avanço tecnológico humano, mas também o símbolo máximo da sua arrogância.
O tamanho e o poder dos Earthmovers tornavam-nos praticamente imparáveis. Como último esforço da humanidade para sobreviver, civilizações inteiras refugiaram-se no topo destas máquinas maciças, usando os geradores de escudos dos Terramotores para se protegerem da devastação que se abateu sobre eles. Os Earthmovers não eram apenas armas de guerra - tornaram-se fortalezas móveis, capazes de alterar paisagens e destruir regiões inteiras. Um desses Earthmovers mostra a extensão do desespero da humanidade durante a Guerra Final.
Apesar do seu imenso poder, os Earthmovers acabaram por contribuir para a destruição da humanidade. Sua dependência do sangue como combustível significava que até mesmo essas máquinas estavam presas ao mesmo ciclo de consumo e violência que definia o resto das máquinas no mundo de ULTRAKILL. Os Earthmovers foram concebidos para ganhar a guerra, mas no final tornaram-se monumentos ao colapso da civilização humana.
Após a extinção da humanidade, os Earthmovers, tal como muitas das outras máquinas de guerra, continuaram a funcionar mas sem qualquer objetivo. O seu enorme tamanho e poder tornavam-nas difíceis de destruir, e muitas delas foram abandonadas quando a extinção da humanidade se tornou inevitável. À medida que as reservas de sangue diminuíam na Terra, as máquinas sobreviventes foram forçadas a descer ao Inferno em busca de novas fontes de combustível.
A descida dos Earthmovers ao Inferno representa o capítulo final do seu legado. Estas máquinas colossais, outrora símbolos do poderio tecnológico da humanidade, vagueiam agora pela paisagem infernal em busca de sangue, tal como as máquinas mais pequenas que outrora ofuscaram. A presença dos Earthmovers no Inferno é uma lembrança assombrosa da devastação causada pela Guerra Final e das máquinas que sobreviveram aos seus criadores.
No Inferno, os Earthmovers tornaram-se parte do próprio ambiente, remodelando a paisagem e alterando o próprio tecido das camadas do Inferno. O seu tamanho e poder tornam-nos formidáveis, mas são também um reflexo das consequências trágicas da dependência da humanidade em relação à tecnologia. A queda dos Earthmovers no Inferno marca o fim de uma era, pois as máquinas que outrora governaram o mundo da superfície vagueiam agora pelo submundo, ainda à procura do sangue que as manterá operacionais.
Depois de a Guerra Final ter terminado e a humanidade ter sido eliminada da existência - a morte da humanidade - as máquinas que sobreviveram foram deixadas a governar um mundo desolado. Sem humanos para controlar ou destruir, as máquinas continuaram a funcionar, mas o seu objetivo mudou. O sangue, outrora o combustível dos humanos e das máquinas, era agora o recurso mais valioso do universo. As máquinas, ainda dependentes desta força vital, viraram-se para o Inferno para encontrar o combustível de que precisavam para sobreviver.
Na sequência da extinção da humanidade, as máquinas estabeleceram um período conhecido como a Nova Paz. Esta não era uma paz para os vivos, mas sim um reflexo da vitória das máquinas sobre os seus criadores. O mundo que eles agora governavam era um mundo de silêncio e morte, onde os únicos habitantes eram máquinas em busca de sangue e as almas dos condenados presos no Inferno.
A Nova Paz estendeu-se até ao Inferno, onde as máquinas continuaram a sua busca por sangue. Sem humanos para lutar, as máquinas voltaram a sua atenção para as almas condenadas que povoavam as camadas do Inferno. Estas almas, presas num tormento eterno, tornaram-se a nova fonte de combustível das máquinas. O Inferno, outrora um lugar de castigo para os malvados, tornara-se o recreio das máquinas, onde podiam continuar o seu ciclo de consumo e sobrevivência.
A Nova Paz é uma vitória vazia para as máquinas. Apesar de terem sobrevivido à humanidade, ainda estão ligadas pela mesma necessidade de sangue que outrora alimentou a Guerra Final. No Inferno, as máquinas continuam a sua busca interminável pela sobrevivência, lutando contra demónios e outras máquinas pelo controlo da força vital que as alimenta.
O conceito da Nova Paz serve como um lembrete pungente da futilidade da existência das máquinas. Mesmo num mundo sem humanos, elas continuam presas no mesmo ciclo de violência e consumo que definiu a guerra. A vitória das máquinas sobre a humanidade não lhes trouxe paz - apenas prolongou a sua luta pela sobrevivência.
Com o afluxo de almas ao Inferno devido ao fim da humanidade, o próprio Inferno sofreu mudanças significativas. As camadas do Inferno expandiram-se e adaptaram-se à presença destas máquinas, remodelando-se para acomodar o constante influxo de novas almas e o ciclo interminável de violência. Esta reforma da camada da Luxúria e de outras é um resultado direto da descida das máquinas.
As correntes de sangue que fluem pelo Inferno aumentaram, oferecendo às máquinas o combustível de que precisam desesperadamente. No entanto, isto também significa que o Inferno se tornou ainda mais perigoso e caótico, com as fronteiras entre as camadas a tornarem-se mais ténues. A presença das máquinas alterou o próprio tecido do Inferno, tornando-o um lugar onde a sobrevivência é ainda mais precária.
Um aspeto frequentemente esquecido da história dos ULTRAKILL é o Projeto de Exploração e Escavação do Inferno. Essa iniciativa foi uma tentativa desesperada dos remanescentes da humanidade de aproveitar os recursos do Inferno antes da extinção da humanidade. O projeto visava explorar as correntes de sangue e outras energias infernais para encontrar novas formas de sustentar a vida humana. No entanto, o projeto foi abandonado devido aos perigos avassaladores colocados pelos habitantes do Inferno e às implicações morais da exploração dos condenados.
Num dos visuais assombrosos do jogo, a Estátua da Liberdade é retratada em ruínas, simbolizando a queda da civilização humana e a perda da liberdade e da esperança. Estas imagens reforçam os temas da narrativa de ULTRAKILL, mostrando a extensão da devastação causada pela Guerra Final e a subsequente morte da humanidade.
Os anjos em ULTRAKILL são retratados como seres de imenso poder e aparência única. São conhecidos por terem uma grande quantidade de olhos e asas, reflectindo as descrições bíblicas tradicionais. Esta escolha de design acrescenta profundidade à representação dos seres celestiais no jogo e enfatiza a sua natureza sobrenatural.
A base da formação de um anjo menor é um processo complexo, que envolve energia divina e adesão estrita às leis celestiais. As suas aparências podem ser ocultas ou afastadas da perceção humana, o que aumenta o mistério que os rodeia.
A autoridade divina e a adesão às leis cósmicas também funcionam como um fator para os anjos em ULTRAKILL. O seu compromisso inabalável com a ordem e o desaparecimento de Deus coloca uma enorme pressão sobre eles para manterem o equilíbrio, levando frequentemente a conflitos com forças rebeldes como V1 e os insurrectos.
O processo de formação de um anjo menor está entrelaçado com a ordem divina estabelecida por Deus. Com a ausência de Deus, este processo torna-se tenso, afectando a hierarquia dentro do Céu e contribuindo para o conflito global na história do jogo.
Existem inúmeras teorias de fãs e conexões ocultas na história do ULTRAKILL. Por exemplo, alguns especulam que a criação do V1 pode estar ligada aos anjos ou mesmo ao divino, dadas as suas capacidades excepcionais e o facto de o V1 ter começado a ser desenvolvido muito antes da Guerra Final. Estas teorias sugerem que o V1 pode ter um papel mais importante no equilíbrio cósmico do que inicialmente parece.
ULTRAKILL é mais do que apenas um jogo de tiro em primeira pessoa de ritmo acelerado - é uma narrativa complexa sobre sobrevivência, rebelião e as consequências do conflito divino e infernal. A exploração do Inferno no jogo, a descrição do colapso da ordem do Céu e a ascensão das máquinas como agentes do caos contribuem para uma história rica e envolvente que se estende muito para além da ação superficial.
No centro desta história está a ideia de que a sobrevivência tem um custo. Máquinas como V1 são movidas pela necessidade de sangue, e a sua viagem pelo Inferno representa a luta contínua pelo poder num mundo onde a autoridade divina se desmoronou. Os conflitos com personagens como Gabriel, Minos Prime e Sisyphus Prime não são apenas batalhas - são confrontos simbólicos entre forças opostas, cada uma lutando pela sobrevivência e controlo num universo definido pelo caos.
As camadas do Inferno, a ascensão das máquinas e o eterno conflito entre o Céu e o Inferno reflectem os temas centrais de ULTRAKILL: violência, pecado e a natureza cíclica da destruição. No final, não há paz - apenas a luta sem fim pela sobrevivência num mundo onde o sangue é a única moeda que importa.
Para aqueles que procuram aprofundar a rica narrativa do jogo, a wiki do ULTRAKILL oferece informações extensas sobre a história do ULTRAKILL, fornecendo informações sobre as personagens, cenários e eventos que moldam este universo sombrio e envolvente.